quarta-feira, 5 de maio de 2010

Diz Que É Uma Espécie De Batalha

Pois bem, a Batalha do Toro, foi como indica o título um pouco apalermado, uma batalha "diferente". Basta saber o seguinte, lembram-se daquela história de Portugal do sétimo ano em que se tenta unir o país ao vizinho do lado em 1580 - tal e qual como o vizinho do 9º direito com a badalhoca do rés-do-chão (há sempre história destas em qualquer bairro/quarteirão) - pois bem isso teve para acontecer um série de vezes, umas para proveito nosso, outras para a bocarra dos castelhanos.
O que interessa é que D. Afonso V, o Africano, casa, bem ou mal (legal ou não) com a sobrinha, D. Joana (não olhem de lado isto é normal na época) filha do falecido rei, Henrique IV, e declara-se rei de Castela, atitude tomada para criar crispação com a tia da sua nova esposa, auto-proclamada rainha de Castela, Dona Isabel, a Católica (sim, ele é uma parte da Tag Team dos Reis Católicos, os tais do "esperto" do Colombo), que também é prima direita em segundo grau do rei português (ya família esquisita segundo os ditames actuais, talvez no meio desta história  apareça um primo com três cabeças).

In other words, o rei de Portugal tem um bom motivo para lutar pela coroa de Castela e acerta altura durante essa campanha dá-se a batalha. O problema é que existem dois exércitos, mas invés de haver um derrotado e um vencedor há dois derrotados e dois vencedores, ou seja, D. Afonso V perdeu a batalha, mas o príncipe herdeiro, D. João (futuro D. João II, O Príncipe Perfeito) ganhou a sua luta, o que faz com que as forças que enfrentam um ganhe e outra perca. Depois há as condições: chuva e escuridão. Era fim da tarde, mas quem dá batalha (guerra campal) sobre forte chuva e ao fim da tarde, inicio de noite? "Temos Pena!", diria o outro... A verdade é que o exército castelhano andava a movimentar-se muito próximo do português, a muito tempo e aconteceu o que tinha de acontecer. E além disso, as regras do jogo dizem, o vencedor é quem segura o campo de batalha durante três dias, e nenhum o fez! D. João fica três horas como valor simbólico.

Quando Portugal quer chatear Castela/Aragão, durante o reinado de D. João II, manda-se comemorar a vitória da Batalha do Toro (nos mesmos moldes da procissão de corpo de Deus no fim do século XV), quando se está em situação diplomática mais "fofa" (alianças matrimoniais, tratados de divisão do mundo) celebrar o Toro nem pensem, e nessas alturas ninguém se lembrava do decepado.
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Três "piquenas" histórias acerca dos intervenientes desta batalha:

D. João, já rei, proíbe o uso de mulas parta transporte de pessoas (essências para logística bélica), clérigos de entre Douro e Minho queixam-se ao Papa, o rei sabe e abre um excepção para o clero da região referida, sendo que no mesmo dia assina outro despacho, ferreiro que ferre mula é condenado a pena de morte. Atitude muito clara, não é?

Os reis Católicos receavam bastante o príncipe português, como tal, e devido a fácil influência do rei D. Afonso V, os emissários castelhanos só estavam autorizados a falar com este com presença do rei, com receio do que ficasse decidido só com o rei, tornado-se letra morta.

D. Fernando, o parolo, marido de D. Isabel, a "homem" da casa (leggings não, Jeans Dean, à homem), dirige-se à esposa a indicar mais uma proposta portuguesa para terminar a guerra (das quais a mais bela seria um mano a mano entre o matarruano do Afonso V e o totó do Fernando - WRESTLING YEAH!!!!), "dá-me Galiza e finito!", ao qual ela respondeu "Galiza nunca, Guerra!", e lá volteu ele todo "mijado" a seguir de perto o rei português -  What a wuss! Não admira que na morreu de D. João II, Isabel a Católica terá dito que morreu lo hombre, com um marido daqueles.


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