terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Automatismos Emocionais - Parte I



Sempre, acontece-me sempre, reajo sempre da mesma maneira, e é sempre da maneira que eu não quero. Digo as coisas erradas, na altura errada à pessoa certa. Não aparento ter jeito algum para a interação humana mais profunda nem para a mais superficial (conversas sobre o tempo nas escadas ou elevador são sempre patéticas, mas comigo criou-se um espécie de nova categoria, uma sub-cave) … pronto lá me safo com o contacto humano intermédio.

Mas pronto deixando momentos de auto comiseração para trás, vou
“falar” sobre outros momentos de automatismo emocional, mais propriamente música e reações emotivas extremas.
 
Grant Lee Buffalo, nunca tinha ouvido falar destes gajos até à primeira temporada do House M.D. mas a partir desse momento fiz a minha habitual escavação arqueológica (“digo” isto já que todos gostam de salientar que oiço “coisas velhas” – claro que é mentira, oiço coisas boas, e essas são intemporais), comecei a ouvi-los, e cada vez que oiço o tema “Hapiness” sinto-me terrivelmente triste, como se tivesse perdido algo de mim num longo processo existencial, como se uma série de situações nada positivas de muitos anos atrás voltassem à vida para me assombrar. Bem, creio que é positivo que a letra da música provoque emoções em mim (não tenho o coração empedernido) e que é transmitida uma mensagem pelo tema de forma eficaz, mas reagir de tal forma é aflitivo. 

Outros exemplo que provoca emoções e reações :(, é o “Adagio for Strings” de Samuel Barber. Em qualquer momento, que esta composição começa a tocar ao fim de 25 segundos surgem-me lágrimas nos olhos, e isto já acontecia desde que me lembro de mim mesmo. Não tenho consciência de estar associado a nenhum momento televisivo ou cinematográfico (quer dizer, só depois de ver o Platoon); fiquei sempre como se tivesse perdido alguém muito especial, como se tivesse aberto um buraco no coração (malditos violinos!).

(cont.)

Sem comentários:

Enviar um comentário