domingo, 30 de maio de 2010

Zeitverschwendung





É um mau álbum, ponto final, não se pode ser mais claro e conciso que isto. Andei eu durante bastante tempo a agoniar com esta review, a tentar fazer com que ela ficasse o mais neutral possível, já que desde de que ouvi o dito zeit nunca tive uma postura muito positiva e uma visão muito abonatória sobre o mesmo, mas não consigo, antipatizo com esta cáca de LP ao máximo. Pois bem, durante esta minha insatisfatória experiência de rever e classificar esta coisa, procedi a ouvir os outros álbuns dos Smashing para ter presente na minha cabeça a qualidade e percurso da banda, facto que me deixou ainda mais frustrado … bolas que é mau. Quer dizer, um projecto musical que produz até este momento seis discos de originais tem uma certa bagagem que não pode ser deitada fora nem ignorada, e neste caso a sensibilidade pop de Corgan sempre esteve presente, aliada a estruturas melódicas simples e cativantes que vivam numa relação simbiótica com vários níveis de distorção que adensavam e fortaleciam os temas, but now, in this record, as músicas parecem corriqueiras, aborrecidas, banais, sem densidade, com o mesmo nível qualitativo dos diálogos e performance dos actores de uma qualquer série televisiva portuguesa com vampiros (outra coisa que não recomendo ninguém a ver a não ser que não possam sair da sala, estejam atados ao sofá ou cadeira e conscientes depois de baterem repetidamente com a cabeça na parede para fugirem ao momento), uma espécie de malha rock vista e revista, com letras, na sua maioria, pedantes e vazias, uma tentativa de Corgan, depois das infrutivas tentativas com os Zwan e no seu disco a solo, de se, talvez, recuperar o que sente falta, os gloriosos dias passados com Chamberlin, D`arcy e Iha. Mas como o tempo na volta para trás, e a banda tem história, este acaba por ser um mau capitulo, pequeno mas mau (ao bom estilo dos “argumentos” de Dan Brown a quem muitos apelidam de livros) de uma banda que se tenta reconstituir em volta de um excelente mas aparentemente desnorteado “líder”, que não percebeu que uma banda é o resultado da conjugação de pessoas (únicas e insubstituíveis nas suas contribuições directas e indirectas) num certo momento e num dado espaço, criando Zeitgeist como uma espécie de grito desesperado do paciente que parece estar ligado à máquina cheio de dores e com o nível máximo de morfina já atingindo à pelo duas horas. Vivo ele está, nunca pensado na eutanásia, já eu, desde o inicio do sofrimento que “oiço”, preparei duas manifestações à frente do ministério público.

Em suma, é uma tentativa de afirmação de uma banda que se tenta reencontrar num mercado cheio do mesmo que nos é “oferecido” neste LP, é apenas aconselhado a ser comprado por quem gosta mesmo da banda ou tem dinheiro em demasia, pois acaba de sair desta “redacção” com um embaraçoso 2-
P.S. Por momentos julgava que ia ser cruel, mas acabei por ser justo (e ainda assim dói), bem ao menos não é tão mau como o Never Say Die dos Black Sabbath.

P.P.S. Não me esqueci de analisar os temas, apenas não me digno porque se revelaria uma acto inútil e frustrante.


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