terça-feira, 8 de junho de 2010

All Those Important Things

Por vezes, um tema, uma canção diz-nos mais que qualquer historieta bonita sobre uma banda, um concerto, o processo criativo musical de um projecto musical, etc ... às vezes sem saber porquê, ao ouvir um conjunto complexo, ou simples, de sons associados, ou não, a palavras, produz -se um efeito no receptor auditivo do sujeito que é interpretado pelo cérebro de maneira distinta conforme a experiência pessoal do individuo (a velha história da associação de algo a um pessoal ou acontecimento - a final de contas cada um tem a sua banda sonora e eu tenho quarenta e duas óperas "wangarianas").  
Muito bem, esta simplista e limitada descrição é muito bonita, mas o que me interessa é que sendo um acto reflectido ou inconsciente, na apreciação musical tem de se criar uma ligação com ela, ou é por ser moda, pelas letras (temática), pela abordagem, pelo som, ou tudo isto, ou só alguns destes elementos, combinados com coisas que nada devem à música, o showmanship. Eu não tenho nada a dizer nada a favor ou contra os projectos mais popularuchos (ups acho que já estou a dizer!), tem todo o direito a existir e obviamente nem tudo é mau, mas parece-me haver uma correlação entre sucesso avassalador, venda de imagem (marketing) e incapacidade de criar algo que sobreviva ao teste do tempo que me parece inegável. É bom que estas coisas existam, quer dizer são eles que deixam os brilhantes e sempre interessados (em música? nop, cheta) os executivos da editoras músicas com dinheiro para poder investir em alguma coisa de jeito devês em quando (pelo menos é nisso sobre o qual eu gostaria de acreditar), e como eu gosto de dizer "se não existissem estes talentos como é que eu iria apreciar as grandes bandas que existem no fim do dia de trabalho", e mais ter curiosidade para procurar noutros locais e tempos música desafiante, vibrante e enérgica. Por falar em enérgica, deixo aqui algo que é o oposto, muito mellow (lamento sempre quis empregar este termo e nunca tive a oportunidade, viva a sociedade global e aos anglicismo e ao mundo em que a língua portuguesa é corrigida par a uniformizar descaracterizando-a), pretty indi pop com uma vozes simpáticas e relaxantes.



Headlights Kill Them With Kindness Review [2006]
"Your Old Street"

Em suma, não interessa se ficam horas a tentar perceber o que o "bife", o Toni ou o que a Charlotte Gainsbourg disseram na rádio, no vídeo ou no mp3 (ai ainda se lembram das mil uma vezes em que se procurou as letras nos booklets ou aparte de trás do vinil), se refletem, se falam com outros sobre questões levantadas, o que importam é que apreciem a música, a mensagem dita, falada ou simplesmente sentida ... just enjoy it

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