quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pequenos, mas Bravos Pardais


Acabei de ler, quer dizer, é uma maneira de falar/ escrever, acabei a uns dias, talvez uma semana de consumir o romance histórico de João Paulo Oliveira e Costa O Império dos Pardais. Pois bem, este é um bom historiador a escrever um interessante romance histórico - pelos vistos uma prática comum no mundo ocidente, que tem a infeliz tendência de apresentar em demasia acção ao gosto de filmes "hollyewoodescos" e induzir o leitor em erros fulcrais (o anacronismo histórico - transposição de uma prática/crença/maneira de pensar que não existe no momento da acção de outro período temporal), mas tal não ocorre neste caso, afinal de contas é o biografo do rei D. Manuel I, da colecção editada pelo Circulo de Leitores, período no qual decorre grande parte da história. O reinado do Venturoso, seguimos os seus mais fieis servidores  na aplicação da estratégia fulcral para o aumento e manutenção do poderio manuelino, tudo isto no meio de acção galopante, sempre descrita de forma a prender o leitor a obra, sendo descritiva nos momentos certos. Tensão constante, jogos de corte, espionagem, contra-espionagem, sexo, espírito de cruzada, amor, tudo numa labareda em que tudo o que parece não o é sempre, exceptuado obviamente o rigor histórico do texto.
Além do mais, existe um papagaio chamdo Eusébio que diz "Benfica, Benfica, mata o Dragão, mata o Dragão" e duelos entre os habitantes de Benfica e Alvalade num jogo de bola, tudo histórico bem explicadinho e provocatório - mais não digo leiam o livro.

Apenas termino revelando o porquê do título do post e do livro, os pardais somos nós, os portugueses, pequeninos mas bravos, que aproveitamos a distração dos outros passaros maiores para criar o nosso império, evitado sempre causar fricção. a imagem que coloquei é talvez referente à nova conjuntura, de D. João III, em que o conflicto não pode ser mais negado - força da-lhe uma bicada.

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