Então à dias "espetei" com o poema O Menino Da Sua Mãe de Pessoa, estava um pouco "perdido" com as comemorações da Implantação da Primeira República, e como é sabido umas das acções levadas a cabo por estas criaturas foi a participação oficial do nosso país na Primeira Grande Guerra (um daqueles actos maravilhosos que foi apelidado na altura como uma acção que terminaria com todas as guerras, tal como a inauguração do telegrafo submarino que ligava a Inglaterra e os E.U.A. na segunda metade do século XIX).
Pois bem (sempre presente esta expressão, não é?), a reflexão sobre as características desse conflito, combinado com a minha perfeita noção dos efeitos das armas de fogo nos corpos humanos, mais o meu estado de espírito a pender para o "cabisbaixismo" deixaram-se de tal maneira ainda mais triste que a leitura e transcrição do mesmo quase que me libertaram de tudo o que ocorria à minha volta e na minha cabeça, um acto de purificação, que não foi suficiente.
Ao cabo de alguns dias, numa insignificante e infrutífera busca no google, deparo-me com isto 1643 portugueses mortos na grande guerra em França e lembro-me que o meu bisavô esteve para ser embarcado para a Flandres, mas o presidente-rei não deixou que mais portugueses fossem enviados devido a uma febre amarela, o algo do género, que dilacerava Lisboa. Ele podia ter estado naquela lista, eu podia não ter nascido, quer dizer, sei que é conversa de chacha, a história do poder podia (se cá nevasse fazia-se cá esqui), mas a noção do peso da estatística na realidade que nos rodeia ("Uma única morte é uma tragédia; um milhão de mortes é uma estatística" José Estaline) deturpado a essência e qualidades das acções/ pessoas/ objectos, a fragilidade da vida humana, a falta de noção/do valor das coisas que comemoramos e celebramos (viva à trivialidade da bola!) deixa-me neste momento, descrito ad nauseam pelos média como de crise, ainda mais sem vontade de escrever, sair e enfrentar o sol.
Eu oscilo muito nos humores/ estado de espírito, voltando sempre, mais tarde ou mais cedo, ao estado intermédio onde tudo de bom e de mau pode acontecer. Desta vez demorou um pouco mais.
Viva ao realismo, viva ao optimismo e viva a REFLEXÃO.
P.S. E agora purificação musical (IRON MAIDEN, Dance of Death [2003] "Passchendaele", sobre a batalha com o mesmo nome)
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