sábado, 14 de julho de 2012

Definição e hierarquização de poderes na Baixa Idade Média - Glossário de Cargos (Parte I)

Adiantado do Reino ou Adiantado–mor era o titular superior de justiça, que depois mudou de nome para Meirinho-mor[1]. Era o cargo de maior nível hierárquico entre os oficiais do serviço da casa real[2].

Alcaide era um nobre escolhido pelo rei, que ocupava uma das mais importantes magistraturas dos municípios. Exercendo os poderes de governador militar e de magistrado municipal, intervinha ainda na justiça e na administração económica do concelho, sempre em nome do rei[3]

Alferes-mor ou alferes-mor-del-rei era um cargo militar exercido por um indivíduo que tem como função levar o guião real nas aclamações dos reis, saimentos e batalhas[4].

Alguazil era um empregado administrativo e judicial, um oficial inferior de justiça[5].

Almirante-mor era o mais elevado cargo da marinha de um reino[6].

Almotacé era um funcionário municipal encarregado de fiscalizar os pesos e as medidas, de taxar o preço dos géneros, de verificar caminhos e ruas e de cuidar da higiene pública. Em períodos de fome tinha como dever distribuir os mantimentos pela população[7].

Anadél era o indivíduo que lideravam os besteiros do couto. O anadél-mor era o comandante de todos os besteiros no reino[8].

Aposentador-mor era um fidalgo que serve a casa real, tratando da hospedagem do rei e do seu séquito[9].

Besteiros do couto era o nome dado ao grupo de soldados armados com uma besta que o concelho tinha de disponibilizar para a hoste do rei. O carácter profissional (eram pagos directamente pelo rei), os elevados custos de manutenção da arma e a dificuldade em maneja-la fizeram com que apenas mesteirais, com certo grau de rendimento, pudessem pertencer a este grupo[10].


[1] Cf. Augusto Magne, Dicionário da Língua Portuguesa: Especialmente dos Períodos Medieval e Clássico, Vol. I, A - AF, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1950, p.444.
[2] Cf. Damião Peres, História de Portugal, 2º Volume - 1128-1411, Barcelos, Portucalense, 1981, p.479.
[3] Cf. Alexandre Flores e António Nabais, Os Forais de Almada e seu Termo:  Subsídios para a História de Almada e Seixal na Idade Média, 1º Edição, Almada, Câmara Municipal de Almada e Seixal, 1983, pp.81-82.
[4] Cf. Augusto Magne, Dicionário da Língua Portuguesa: Especialmente dos Períodos Medieval e Clássico, 2º Volume, Tomo I, AG-AL, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954, p.210.
[5] Cf. Idem, ibidem, p.228.
[6] Cf. António de Morais, Novo Dicionário Compacto da Língua Portuguesa, Vol. I, A – I, 10º Edição, Lisboa, Editorial Confluência, 1961, p.96.
[7] Cf. Idem, ibidem, p.136.
[8] Cf. Idem, ibidem, p.93.
[9] Cf. Idem, ibidem, p.430.
[10] Cf. Idem, ibidem, p.95.

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