quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mudasti?

Para quem não me conhecem, o que espero que sejam quase todos que possam ler este blog (se é que alguém o faz!?) eu sempre tive a tendência de adorar (e escrevo isto sem exagero) a publicidade que vinha entre programas televisivos, quando ainda havia a Arca de Nóe, em que a figura "vampiresca" (muito na moda agora, mais do que durante a "passada imperial" do sucesso comercial das obras de Anne Rice) do Conde de Contar  nos ensinava a contar morcegos na Rua Sésamo, em que a boneca Emília me deliciava no Sitio do Picapau Amarelo, e ninguém poderia pensar em conjugar na mesma frase a palavra pedófilia e Carlos Cruz ... outros tempos (até me sinto e soou como uma espécie de saudosista do Estado Novo), mas a verdade é que divertia-me, na maioria das vezes, mais com os anúncios do que com os programas que estes antecediam e precediam.

Agora já não podemos vislubrar o coelhinho da páscoa e o pai natal e a célebre ida de comboio ao circo, agora é tudo mais previsivel, aborrecido, sem grande impacto na memoria colectiva, mas aparentemente com mais efeitos sórdidos (lê-a-se, apelo a uma apetencia para o consumo a nível incosciente) sobre o consumo. Temos anúncios de pensos higiénicos em que aparentemente tudo que se vê ou é divertido ou sexy, com uma imagética muito "floreada" e sem conteúdo discernivel para a população masculina (faz me lembrar da anedota da figurante à procura de trabalho numa séria televisiva portuguesa, que durante uma entrevista recebe o seguinte comentário por parte do entrevistador, que devora o seu curriculo com ar esgaziado "Muito bem, já vi que trabalhou para a ******, foi a gota de sangue nº 5, impresionante!"); anúncios em que a estrela do momento - apresentador de televisão ou "rei da bola" - faz patrocinio à bebida refrescante e à bendita da cerveja, sem que se diga nada de jeito/cativante sobre o produto, é mais uma espécie de photoshot, sorrisos e frase de marca, e isto aplica-se a bancos, carros, super e hipermercados (com adaptações adequadas aos casos, não deixando em qualquer dos casos de se entregar um produto coxo,  desisnteressante dentro da velha lógica da "chiclete, mastiga deita fora"). I AM BORED.

E as poucas apresentações publicitárias que me chamam a atenção são as piores, as que tentam ser sérias e que são tão más que até chateia; a bela da dobragem do castelhano nos detergentes e lixivias, em que os sons não correspopndem às cadências dos músculos da boca; a fantástica dos euros por ouros (telefone a gente manda um sujeito que você nunca vi na sua vida, e depois coloca as suas joias dentro de um saco, mais tarde dá-mos lhe o dinheiro em troca :P - Será que há muitos inocentes assim neste país? Nem quero saber!), e também (só mais esta para não me alongar mais) a idiota da rã a quem chamam sapo que agora abana o pacote - aparece-me à frente e vais ver o que te faço ao pacote e a pen da internet (a culpa é dos grandes tradutores dos Marretas em Portugal, Kermit the Frog=Sapo Cocas ?_? Dumb Arses!). E sim o anúncio da Lipton Ice Tea com uma dança "hipnótica" com um conhecido actor australiano é estúpida mas deixa-me pedrado - tá mesmo bem feito, caramba!.

De qualquer modo, agora faz-se publicidade onde se pede a interação das pessoas para assinarem uma petição para incluir uma palavra no dicionário !!?? Que a língua está sempre em construção tudo bem, é um dado mais do que estabelecido, que o verbo tar substitua o estar não dúvido, que outros ditos de origem extra rectângulo europeu se tenham entranhado entre novos e graúdos okidoki, agora "depois de vos massacrarmos durante anos com campanhas extra-bestiais (de besta/ anormal) com a palavra-chave-mudastivamos levantar mais poeira e apelarmos aos jovens e adultos que tem demasiado tempo nas mãos, ou vicio em acesso a meios como a internet, a carregarem num link e participarem sem sequer pensar só porque é giro e o amigo virtual (que é capaz de morar a menos de 100 metros de ti, mas como sai de casa ainda menos do que eu) mando-te o link por mail/ messenger ou falou sobre isso durante uma pêga virtual num rpg online ou quake wars, ou whatever young people do via net.
Sim argumentos fortes com: "Rapidamente os portugueses se apoderaram da palavra, (...) palavra curta e facilmente memorável, que se tornou um incentivo para abandonar um passado pouco memorável e agarrar um futuro digno dos sonhos de cada um" - se isto não é para jovens a fumar charros não sei para quem é? e
"Hoje, são imensas as palavras insignificantes, com sentidos imperceptíveis, como “opidano”,“ingresia” ou “exaurir” que se mantêm presentes nos dicionários da Língua Portuguesa.Ao mesmo tempo, encontramos nos mesmos dicionários palavras que há muito gostaríamos de ter deixado de utilizar como “crise”, “imposto”, “desemprego” ou “pobreza”. Exigimos justiça. (...) É um imperativo moral e linguístico" - pois sim, há muitas palavras que nunca usaste que se mantém no dicionário, mas também, caro autor deste texto, a tua ideia de expressão verbal deve se basear mais em repetição cadente de palavras e expressões empregues por um aluno do 9º ano que nunca leu o Principezinho, quanto mais um livro da colecção d´Uma Aventura, por isso amanha-te bacano/a/os/as, que só porque não conheces e não gostas não vai sair do dicionário, só faltava esta, ainda ficavamos como estes dois  http://www.youtube.com/watch?v=JSE52DgVCYY&feature=related  http://www.youtube.com/watch?v=F4qxAw3lD9w&feature=PlayList&p=08D875D40F4C3A90&playnext=1&index=14 

ou pior reduzidos a meros grunhidos comunicativos, acompanhados por murros em mesas e paredes, e bateres de pé nos soalhos; Justiça? em quê? numa campanha publicitária que chata foi, mas alguém ouvi a palavra mudasti a ser empregue em mais do que uma conversa por semana na baixa pombalina? imperativo?
lindo exemplo de palavra que acham que não se usa e que não conheciam ... Vão-se mas é catar, deixam com que o acordo ortográfico, berrante, condicionalista e inrealista face à realidade portuguesa và avante e querem que uma coisa saida de uma sala com 10 publicitários fechados à chave durante 48 horas se torne uma palavra à sério? Façam uso das vossa "boas influências" (é risivel não é?) e criem um abaixo-assinado para se criar um português que sirva de ponte a todas as variantes globais, um português formal, universal, em que as diferenças "regionais" se mantenham e sejam respeitadas, mas que torne mais fácil a aprendizagem a estrangeiros.
Tenho dito


Fonte: http://www.mudastinodicionario.com/


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Espião Virtual em: ver o teu perfil em Facebook

Falta de Tempo

Lento, tudo é tão lento

Xana  
As meninas boas vão para o céu, as más para toda a parte [1994]
"Lento"


Lento, tudo é tão lento
Falha a razão, perde-se alento
Tempo, estranho este tempo
Espera-se em vão, não me contento

Sim já gastei as sete vidas
Sim já nem me sinto perdida
Sim tudo é cansaco e tédio, sono em mim
Sim dá me (?) por fim

Lento, tudo é tão lento
Queima-se a voz, falha o momento
Tempo, estranho este tempo
Luta-se me vão, não me contento

Sim já gastei as sete vidas
Sim já nem me sinto perdida
Sim tudo é cansaco e tédio, sono em mim
Sim dá me (?) por fim

Lento, tudo é tão lento
Lento, não me contento

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Deve ser do calor

Agora tou numa de temas muito calminhos e relaxantes, deve ser do calor ... mas sabem este tema, lado B de um single da fase mais decadente e desinteressante dos Ultravox é mesmo bom

Torreiro Desértico

Bem vidos aos domínios de Hades, parece que se fez uma OPA à cidade de Lisboa e que o consórcio infernal liderado por este Deus Grego (que como eu costumo dizer é "um Deus do futuro", exemplificado por esta bela frase: Hades de cá vir um dia!) sai vencedor. É caso para dizer, para quem soa muito como eu, sais à rua e ao fim de cinco minutos parece que tens um oásis na tua camisola.

P.S. Não sei se vou conseguir sobreviver esta semana ao calor - sai de casa 8:30h e estão 30 graus, e às 22:30h também, "quesse" dizer WTF!!??

domingo, 25 de julho de 2010

Que ditos tã bonitos

Por vezes, durante o nosso percurso de vida sãem-nos pela boca algumas frases/ expressões não totalmente originais mas com um forte cunho pessoal e adequadas, talvez mesmo marcantes, à situação do momento; são exemplo deste caso as seguintes:

"Insistência não é igual a merecimento"
"Nada melhor do que uma revolução para deixar tudo na mesma"
"Às vezes tudo muda porque nada muda"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cada um rouba como pode




"Some will rob you with a six-gun and some with a fountain pen"
Woody Guthrie referindo-se ao assaltante de bancos "Pretty Boy" Floyd, aquando da morte deste em 1934, num tema de 1939 cujo o nome é "The Ballad of Pretty Boy Floyd".

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Com o Santinho às Costas

Este tema é dedicado a todos os que participam, voluntariamente ou não, com entusiasmo ou não, nas festas das terriolas no interior, e no meu caso litoral - isto se eu lá fosse - do país. Divirtam-se muito estas férias, descansem, não vejam, nem oiçam, nem leiam noticias super-deprimentes ... é férias, é esquecer a budega de anos passados (viva ao tema quente da economia!), é descansar para mais caca que possa, e que tenderá, mais tarde ou mais cedo, a vir. Viva aos emigrantes e viva a condução segura; e já agora viva aos Jáfumega com este grande tema para nos deixar na onda das férias.

 
P.S. Lamento foi eu que fiz o video, sim podem-me massacrar :(

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Happy Dead Man

Zombie Parade Toronto 2007 & 2008

As imagens que se seguem são de possível extrema violência e não é recomendado ser visionado por menores de idade ou pessoas sensiveis a mortos-vivos urbanos.

Se quisserem ver carreguem no Ver Mais

Surrealismo Musical

Sonic Youth
Daydream Nation  [1987]
Hey Joni

O álbum que não mudou a minha via ... mas a tornou mais rica!

domingo, 18 de julho de 2010

Qvod Me Nvtrit Me Destrvit

THE SECOND IRON FIST TOURNAMENT


EU cá não gosto de jogos estúpidos, demasiado trigger happy, pancada para todo o lado ... eu é mais se tenho de distribuir violÊncia que não seja de forma garatuita, um proposito, um objectivo claro, auto-defesa, argumento compelativo que dê DIMENSÃO a agressividade aderente ao jogo ou a um certo momento do jogo. Por isso, fico parvo com a contidade de jogos que não requerem usar a massa cinzenta e que simplesmente requerem um dedo afinado, eu quero mais, mas neste caso não! Tekken 2, editado pela namcom em 1996 é um beat´em up, aparece adversário tens quarenta segundas e kick he´s ass time, depois mais uma batalha e outra e outra, até ao boss, mas sabem que mais é giro e tem um banda sonora muito mais interessante do que algumas coisas que eu vi ganhar oscares na última década (acho que já escrevi isto aquando das parceria Morricone-Leone), que alias reflete a personalidade da personagem - Uma grande obra dos video-jogos (isto escrito por um sujeito que é mau a jogar Pacman). Fica aqui o tema principal de abertura do dito jogo Black Winter Night Sky (a letra, veja-se lá, em sueco, e não, não sei o significado)

The Way of the Samurai


"The Way of the Samurai is found in death. Meditation on inevitable death should be performed daily. Every day when one’s body and mind are at peace, one should meditate upon being ripped apart by arrows, rifles, spears and swords, being carried away by surging waves, being thrown into the midst of a great fire, being struck by lightning, being shaken to death by a great earthquake, falling from thousand-foot cliffs, dying of disease or committing seppukuat the death of one’s master. And every day without fail one should consider himself as dead. This is the substance of The Way of the Samurai"

Hagakure
Yamamoto Tsunetomo

sábado, 17 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sombras do Passado - mais de cinquenta anos depois!

Batalha de Peleliu 1944 - Império do Japão Versus Estados Unidos da América

 Parede de um Bunker Nipónico perante a acção do tempo
 
Canhões Japoneses
Unidade blindada afínbia dos Marines
Restos de um Mitsubishi Zero (avião nipónico)

Memorial de Um Soldado do Império aos seus Camaradas tombados nesta ilha do Pacífico.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Deutsche Demokratische Republik Parte II

A queda do muro de Berlim foi a primeira revolução feminina da Historia porque:
1° - não houve vitimas
2° - logo a seguir todos foram às compras.

Pelas entre-linhas

À guerra não ligues meia,
Porque alguns grandes da terra,
Vendo a guerra em terra alheia
Não querem que acabe a guerra.
_

Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, não parecendo o que são,
são aquilo que eu pareço.

_

Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado;
O ribeirinho não morre,
Vai correr por outro lado.

It's why you never tell me whatevers on your mind

Alice in Chains
Black Gives Way To Blue [2009]
A Looking in View

Desculpas

Estado Policial

Os portugueses são os reis da ganhofa, mesmo com a depressão como anexo emocial da nossas personalidades desde à demasiado tempo, consegiumos sempre nos rir comnosco (como pessoas e povo) e com os outros (os não portugueses). O que começou como uma brincadeira inocente entre dois primos, levada a cabo por via sms revelou-se uma situação triste, não pelo que se sucede a um deles (possivelmente descrita como sendo chata no caso) mas mais ameaçadora para os direitos e liberdades dos cidadãos do mundo ocidental (Hurray para aos termos e expressões demasiado ambragentes). Como disse, os dois primos, dois telemóveis (ambos de companhias nacionais) um sms com termos como Al-Quaeda, Al-Jazira e Bin Laden, empregues devido à semelhança sonora dos nomes dos individuos da acção, e uma resposta no mesmo tom, enviada dentro das instalações do consulado americano. Como tal, o sujeito que mora  nos EUA chegou ao aeroporto desse paìs e foi metido numa sala onde aturou 3 horas de interrogamento - coisa linda - "convença-me que não é terrorista, vá lá!". Agora observe-se, ele está em Portugal a usar um tlm nacional, mas no consulado americano, de qualquer modo o uso de certas palavras que estão configuradas em alguma serviço de alta tecnologia para espiar as atividades de cidadãos e residentes no States lá encontrou os termos citados e pumba vais para a black list que até te lixas ... e se fosse eu, que estou sempre a escrever (se não aqui noutros locais mais apropriados) e a dizer a bela da baboseira fazendo alusões deste género, quer dizer por esta altura já seria tão perseguido como um qualquer  wanna bee Bin Ladens deste mundo. O sujeito está em Portugal Bolas pá!!! e mesmo assim esta informação é recolhida e processada sem que exista qualquer tipo de barreira juridica que defenda os interesses e direitos dos cidadãos nacionais no nosso próprio território!!! Sim o terrorismo não é sem sombra de dúvidas uma brincadeira mas quem é que me garante que os dados recolhidos supostamente para  nos proteger (mundo oociendal) não podem ser usados com outros propositos. Muito bonito querer se fazer uma base de dados com o ADN de todos os portugueses e não só dos crimisnosos, muito bonito fazer-se uma base de dados de todos os doentes, mas que garantias é que nos oferencem quanto a recolha, selecção e acesso de informação pelo Estado (que é o rei, não o imperador na troca e comprensão de informação entre as várias agências que o compõem) e por entidades terciarias ? Depois admiram-se que em situações de menor importância, como os contactos telefónicos feitos diariamente de entidades legitimas com números obtidos de forma legitima as pessoas recusam-se a falar e desligam o telefone antes de sequer se poder explicar o porque da chamada ... "meaufa", Bemvidos à Era da Paranoia "justificada" - medo é controlo e controlo é STASI, KGB, PIDE, GESTAPO.

P.S. É possivel que seja "chateado" por este post e tenha de me retratar, viva à blogosfera e a facilidade de acesso e difusão da mensagem escrita !!!. 

P.P.S Li na Time da semana passada numa breve mas deliciosa referência à mãe e o comentário que esta fez sobre a sua criança de seis anos ter sido incluida na no fly list do EUA, aparentemente por lapso. Como argumento o progenitora alegava que a filha não é uma ameaça ao seu país, talvez só à sua irmã mais nova com quem tem algumas lutas de puxões de cabelos ... fora isso tudo bem!

Swear it did mean it

Sonic Youth
EVOL 1986
"Shadow of a Doubt"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Short and Sweat

O Assassinato do Povo Paulo

Foi encontrando hoje, por volta das 17h, já sem viva o corpo do Polvo mais conhecido deste último mês, por ter adivinhado os resultados jogos do mundial de futebol. O pobre do bicho foi encontrado pela tratadora com um grafo enfiado na cabeça e um saco de heroina perto dos tentáculos, suspeita-se de um peixe palhaço primo de NEMO que desde de que fez de duplo para este tem estado sem trabalho e sido visto acompanhado por um certo jovem "actor" portugues envolvido no trafico de droga.

A Mulher que sobreviveu ver a cassete de Ringu
Fati Fatuxa empregada fabril, de 57 anos, tornou-se a primeira pessoa a sobreviver mais de uma semana a cassete demoniaca do filme Ringu, ou The Ring para os camones, isto sem contar com os heróis dos filmes da saga. Tal feito foi conseguido pelo esforço heroico de ignorar chamdas anonimas, que julgava ser de telemarketing, encaminhada para a pasta de spam emails com o titulo "tem sete dias para viver", ignorando os apelos pelo telecomunicador de uma senhora de cabelo cumprido e túnica branca, que lhe parecia jeová, e,  por fim, o distico colado na caixa do correio parece ter sortido algum efeito pela primeira vez em Portugal. Isto apenas vem mostrar que os portugueses estão fartos que lhes digam o que eles querem.

domingo, 11 de julho de 2010

No Boobs to make me look

Kate Bush 
Aerial [2005]
"King of The Mountain"

Em Suma ... Uma Súmula

Portugal foi ao ar.
A Espanha está-lhe a dar.
Cristino foi pai,
Educação vê-se que não é com ele.
Para o africano Suarez foi herói,
depois foi vilão,
quando el louco marcou um golão.

Latinos esturicados
alemães danados,
a laranja contra a maça
ganda salada que vai ser.


Agora é uma questão de ver quem marca o golo, sim que este jogo se tiver mais do que um golo será uma espécie de milagre. Mundial da desilusão para as selecções da América do Sul e de África (só eles é que tinham esperança neles neste caso), final europeia fora do velho continente, primeira vez que ganham fora de portas, um novo campeão nunca antes vista, e dois animais a adivinhar quem ganha o mundial - um jogo, um resultado, um bicho assado ou frito (já comi lula esta semana em honra de um deles). Tudo belo, execpto o futebol ... criatividade limitada pela táctica e eficância. Viva às rápidas transações defesa-ataque, viva ao que jogar para ganhar sem medo.

P.S. Eu não gosto de maças assim tanto.

11/11/1965

Ian Smith in the Picture 

The date of the Unilateral Declaration of Independence from the Rhodesian Whites

http://www.youtube.com/watch?v=U-Ne_ep2Qlo
 

Mais se seguirá sobre este tema

P.S. Não consegui colocar a declaração radiofónica na net (eu e as minhas limitações informáticas)!
 

The Ability to learn is what separes US from the majority of the animals

"Those who cannot remember the past are condemned to repeat it"
 
                            George Santayana, The Life of Reason - The Phases of Human Progress, Vol. I 1905.



60s and 70s

Muita coisa aconteceu nessas duas décadas dos século passado, mas parece para quem não as viveu (como eu) que as alterações sentidas foram poucas ou nehumas, que a luta não obteve resultados duradores ou mesmo profundos (é mais uma injecção de bottox ou um peeling), que entramos numa era de controlo mental nas "democracias" ocidentais garantida e/ou reforçada pelos media, uma era apelidada por alguém como MTV Generation, "no highs and no lows" ... bemvido ao sono da cinderela!
Pois, não sei, sou medievalista, a história contemporânea é para jornalistas (como disse algum docente da minha faculdade). Falta distância, analisar, como Braundel nos mostrou, as acções/ acontecimentos de longa duração.
Anyway, Antonioni e o seu Zabriskie Point (1970) dá-nos um retrato da América fins de sessenta, estudantes+polícia=porrada no campus, jovens+coisas hippies+consumismo=explosões mentais do mundo "conservador"; já Der Baader Meinhof Komplex de Uli Edel, de 2008, retrata a acção da RAF, a facção do exército vermelho, chamemos-lhe, para simplificar, uns terroristas comunistas que distribuiram terror no establishment da Alemanha Ocidental, a SUA luta violenta para "liberar" o povo alemão da opressão democrática (pessoal revoltado por nada mudar num mundo em mudança - Vietname, choque de gerações, tensão cultural pós-guerra e tudo e tudo mais).




ACORDA COM A VUVUZELA JOVEM

Hot Read Headed Woman

Chato como a Putaça

Quem nunca passou por isto não sabe o que é cuidar de crianças chatas (sortudos de um raio !!!)

Destruido imagens da infância

AVISO: Publicidade Censurada 

 

Medeia de Pasolini Parte I


O cinema revitalizou o gosto das massas por temas da história do período clássico e tornou-os mais acessíveis, através de algumas adaptações, que por vezes adulteraram muito do conceito original.
No caso do ciclo mitológico de Medeia foram feitos alguns filmes, sendo que centrados na sua figura, e albergando como nome Medeia, contam-se pelo menos três, o de José Quintero, de 1959, o de Pier Paolo Pasolini, de 1969, e o telefilme de Lars von Trier, do ano de 1987.

No caso do trabalho de Pasolini temos em mãos um brilhante exemplar do cinema de boa qualidade, uma bem ajustada adaptação da tragédia de Eurípides que possui características próprias muito interessantes.
Antes de se passar à descrição do filme em si, e das suas características, apresenta-se uma breve biografia de Pasolini.

Pier Paolo Pasolini (1922-1975) foi um italiano que desempenhou profissões tão variadas como realizador, pintor, argumentista, novelista, poeta, ensaísta, teórico e critico de cinema.[1] Estudou na Universidade de Bolonha, entrando no mundo do cinema em 1954, primeiro como argumentista em La Dona del Fiume, de Mario Soldati, colaborando ainda nessa década em argumentos de filmes de Fellini e Bolognini. Em 1961 estreia-se como realizador, em Accattonel, baseado em uma das suas novelas.[2]
Os seus filmes causaram grande polémica em Itália, levando à crítica do estado italiano e da igreja católica, devido ao papel proeminente dado ao sexo, à violência e as suas posições pouco ortodoxas sobre a religião.[3]


Pasolini no seu filme Medea decidiu apresentar a história desta personagem de modo a que se pudesse tornar mais compreensível aos olhos do espectador as causas do infanticídio de Medeia.
A história do filme inicia-se com uma sucessão de momentos chave da vida do jovem Jasão, primeiro com o centauro Quíron[4] a revelar a este, de apenas cinco anos, que não era o seu pai e iniciando uma longa narração sobre o Velo de Ouro[5]. Na cena seguinte Jasão é um pouco mais velho e encontra-se sentado no dorso do Centauro, que lhe conta sobre o seu vínculo à cidade de Iolco e de como o seu pai tinha sido destronado pelo seu tio. Aos treze anos Jasão é nos mostrado a pescar com Quíron, que reflecte acerca do carácter sagrado de todos os fenómenos naturais.[6] Atingindo a idade adulta de Jasão, Quíron é apresentado ao espectador como uma personagem com características físicas exclusivamente humanas, o que corresponde à passagem do protagonismo da vertente religioso na vida de Jasão para uma outro nível, um estádio superior, de racionalidade.[7]Com esta nova forma Quíron relembra a Jasão do seu dever de reclamar os seus direitos à coroa de Pélias.

A sequência seguinte de acontecimentos está ligada a um outro mundo, o mundo bárbaro de Medeia. A acção na Cólquida inicia-se com uma procissão, na qual a sacerdotisa Medeia preside ao ritual de sacrifício humano em honra do deus da vegetação. Um indivíduo escolhido para o rito sacrificial é estrangulado, decapitado e despedaçado, sendo isto precedido de aspectos ritualistas vários, que abrangem desde as pinturas corporais até o vestuário que é por ele usado. O sangue e pedaços do corpo do sacrifício são distribuídos pelas pessoas para que estas as possam espalhar pelos campos, completando-se assim o ritual.[8] Segue-se ao rito uma festa com canto e dança.[9]
Na cena subsequente é nos apresentado Jasão, adulto que seguido pelos seus companheiros Argonautas, vai ao encontro ao rei Pélias, reclamando o seu direito ao trono. Pélias cede perante Jasão, mas exige-lhe em troca o retorno do Velo de Ouro[10] à cidade de Iolco. Navegando em busca do Velo, numa simples jangada, que não tem nada de formidável como a nau Argo, os argonautas chegam à Colquida, e usando os cavalos selvagens que capturaram dedicam-se à pilhagem.[11]

O primeiro encontro de Medeia com Jasão dá-se no templo onde estava depositado o Velo de Ouro, resultando dai o desmaio da princesa e a sua tentativa frustrada em retirar o Velo sozinha. Com o apoio do seu irmão Apsirto consegue-se extrair o Velo e leva-lo aos Argonautas. A actuação de Medeia neste momento do filme faz-nos crer que ao ver Jasão pela primeira vez a princesa ficou apaixonada, como que se fosse atingida por uma seta de Eros, ajudando Jasão no seu objectivo.
Depois de se juntarem aos Argonautas, Medeia e o seu irmão dirigem os estrangeiros pela áspera e inóspita Colquita[12] fugindo das forças de seu pai, que os perseguem após o conhecimento da ausência do Velo sagrado. Para atrasar os perseguidores Medeia mata Apsirto e esquarteja o seu corpo, distribuindo-o os pedaços pelo caminho de fuga, obrigando assim a paragens para reconstituir um corpo para o funeral. As cenas da recolha de partes do corpo e do regresso à capital do rei com os restos mortais são exemplificativos do impacto da traição e da dor causada por Medeia ao seu povo.[13]
Seguidamente à fuga do território da Cólquida, aparece-nos uma Medeia desorientada e receosa na jangada que observa com grande distanciamento os seus companheiros de viagem.[14] Após a chegada a terra firme começa-se a montar um campo, o que causa o desespero na protagonista da história, pois esta é incapaz de compreender como é que alguém pode fazer qualquer tipo de construção sem primeiro se fazer um centro sagrado.[15] Os Argonautas face a esta reacção não se deixam afligir, montam campo, bebem, comem, riem e divertem-se, deixando Medeia a caminhar pela terra árida a pedir a intervenção dos elementos sagrados da natureza para a ajudarem.
Após findar a sua refeição Jasão vai à procura da protagonista, encontrando-a sozinha e inquieta, leva-a pela mão para uma das tendas, onde praticam o acto sexual.[16]
Este momento de união dos corpos serve para Medeia como a substituição da sua religiosidade perdida, estabelecendo-se uma nova relação sagrada com a realidade.[17]

No retorno a Iolco, Jasão entrega o Velo de Ouro ao rei Pélias, que se recusa a entregar o reino ao sobrinho. Nesta mesma cidade, acerta altura, ocorre a mudança de vestes de Medeia. Esta, através das Pelíades que a despedem e vestem, deixa de usar a sua veste de sacerdotisa e passa a usar um vestuário local[18], grego, facto este que é representativo da sua integração nas terras civilizadas da Grécia.

A acção passa depois para Corinto, que é apresentada como uma cidade cercada por muralhas e posicionada no topo de um elevado monte. Dentro deste espaço Quíron aparece a Jasão, em duas formas distintas, a de centauro e a de homem. Ambos tem um propósito simbólico no filme. A primeira forma representa a sacralização de Quíron, ligada à juventude de Jasão, a segunda liga-se a um imagem desprovida de qualquer dimensão religiosa, da idade adulta. É através deste encontro com Quíron que Jasão fica a saber da desorientação religiosa vivida por sua mulher.[19]
Logo a seguir, visualizamos a casa de Medeia, localizada fora das muralhas, e a deslocação desta personagem à cidade onde, através da observação dos jovens numa dança ritual de despedida dos homens solteiros, fica a saber do casamento de seu marido com a princesa Glauce.[20] Medeia regressa a casa devastada, chorando num quarto sozinha. Neste espaço tem uma visão da sua terra natal, e fala com o sol, o seu avô, o deus Hélio.[21] Este momento simboliza o reatar da sua ligação com esta divindade, que lhe dá as forças necessárias para preparar a vingança sobre Jasão, que a abandonou.
Na cena que se segue Medeia tem uma visão dos acontecimentos do futuro. Nela Jasão chega à sua casa, estabelecendo-se uma bom ambiente entre ambos, sendo que, de seguida, Jasão e os seus filhos entregam a prenda, de Medeia, à noiva. Após isto, ocorre a morte desta e de seu pai pelo fogo dos venenos contidos no vestido entregue.


Voltando à realidade no filme, Medeia recebe a visita de Creonte, que receando pela vida de sua filha face à possível ameaça da infeliz feiticeira Medeia, lhe exige a saída da cidade com os seus filhos. Com o término do diálogo estabelece-se que Medeia tem até o dia seguinte para sair da cidade.[22]

Seguidamente a este confronto, Jasão vai ter com Medeia, a pedido desta, ocorrendo a última relação sexual entre ambos. Este acto terá ocorrido como uma forma de facilitar a manipulação de Jasão, não o levando a desconfiar das intenções de Medeia na entrega das prendas envenenadas para a noiva.
As prendas são depois entregues pelos filhos de Medeia, causando a morte da princesa e do rei, não queimados como na visão anterior, mas por suicido que resulta do salto do alto das muralhas para a sua parte exterior.[23]
Os momentos de vida finais das crianças são vividos num cenário caseiro íntimo no qual Medeia é apresentada como uma mãe carinhosa, que lhes dá banho e canta canções de embalar. Esta representação final de Medeia deverá conferir um lado mais humano à personagem.[24]
Para executar o infanticídio Medeia vai buscar coragem à lua, com a qual restabelece relações durante a noite.[25] De manhã as crianças encontram-se mortas, provavelmente envenenadas, e a protagonista pega fogo à casa.

[1] Cf. Fransisco Salvador Ventura, “La Medea de Pasolini (1969), Una Estética Contracultural de lo Mítico”, in Medeas : versiones de un mito desde Grecia hasta hoy, Vol. II, edicão de Aurora López e Andrés Pociña, Granada, Universidad de Granada, 2002, p.1024.
[2] Cf. Ephraim Katz, “Pasolini, Pier Paolo”, in The Macmillan International Film Encyclopedia, London, Herpercollibs Publishers, 1998, p.1068. 
[3] Foi considerado por muitos no período como um marxista de extrema-esquerda.
[4] Que na mitologia criou Jasão e lhe ensinou a ciência da medicina.
[5] Cf. Pier Paolo Pasolini, Medea, Roma, Films Number One/ Janus Films/ Planfilm/ San Marco Finanziera, 1969, min.2-3.
[6] Cf. Fransisco Salvador Ventura, ob. cit., p.1012.
[7] Cf. Idem, ibidem, p.1012.
[8] Cf. Pier Paolo Pasolini, ob. cit., min.11-21.
[9] Cf. Idem, ibidem, min.21-23.
[10] Este objecto simboliza a continuidade do poder e da ordem, como é referido pelo Jasão no filme, no minuto 55.
[11] Cf. Idem, ibidem, min.24-26.
[12] Cf. Fransisco Salvador Ventura, ob.cit., p.1013.
[13] Cf. Pier Paolo Pasolini, ob. cit., min.42-46.
[14] Cf. Idem, ibidem, min.47-48
[15] Cf. Fransisco Salvador Ventura, ob.cit., p.1014.
[16] Cf. Pier Paolo Pasolini, ob. cit., min.51-52.
[17] Cf. Fransisco Salvador Ventura, ob.cit., p.1014.
[18] Cf. Pier Paolo Pasolini, ob. cit., min. 55-56.
[19] Cf. Fransisco Salvador Ventura, ob.cit., p.1015.
[20] Cf. Pier Paolo Pasolini, ob. cit., min. 64-65.
[21] Cf. Idem, ibidem, min.68. Neste diálogo com o seu avô e na visão que tem do futuro Medeia aparece-nos vestida com uma roupa igual a que tinha usado na Cólquida. Este facto revela-se como simbolizando o regresso às origens, ao mundo do sagrado, primitivo do qual veio.
[22] Cf. Idem, ibidem, min.82-85.
[23] Cf. Idem, ibidem, min.94-96.
[24] Depois de “rehumanizada” Medeia, o assassínio dos seus filhos é visto como um consequência da cultura de onde ela é originária.
[25] Cf. Idem, ibidem, min.116.