Já vos disse que
não me dou bem com telemóveis. Com teclas físicas, com touch screen, grandes, pequenos, caros, baratos ou iPhones, todos
eles me deixam abananado e o problema é que sou o único (aparentemente). Todos à
minha volta usam o telemóvel com uma regularidade e mestria, para mim,
impressionante. Telefonam todos os dias para o esposa(o)/ namorada(o), para a
amigo(a), enviam mais de 10 sms por dia (muito mais provavelmente), consultam o
facebook, as noticias etc … e aparentam ficar muito satisfeitos com tudo isto
(enquanto escrevo surge-me a imagem de David Attenborough a descrever
comportamentos de animais que observa).
Desconheço se as
práticas de muitas estão ligadas a necessidade, habituação ou vício, mas não há
nada que justifique alguns comportamentos por parte de certas pessoas, ou
alguém acha normal numa sala vazia um sujeito estar a 10 metros de outro, sem
ninguém nas redondezas, e enviar um sms a perguntar se queres almoçar pizza ou
bacalhau à Brás … ^_^! (gota de suor → incrédulo) … mesmo
que a mensagem seja gratuita, é algo muita parvo!
Há vinte anos nem
sequer quinze por cento da população portuguesa tinha telemóvel, e o mundo não
parava por isso, chegava-se tarde aos encontros, a casa do trabalho, esquecia-se
de compras a fazer, tal e qual como hoje, nada mudou gente, a não ser o facto
de todos estarem mais stressados e haver por ai uma crise, que dizem, estar
sobre controlo.
Vejo muitos sem
necessidade de usar o telemóvel na sua vida pessoal e profissional, vejo muitos
a gastarem uma mensalidade com algo que em termos práticos não necessitam e não
compreendo. Talvez sintam um calorzinho por dentro por estarem contactáveis e
contactarem outros, ou talvez seja um reforço de alguma tendência maníaca de
controlo de terceiros, e talvez, só talvez, não perceba isso por agir como um
ouriço caixeiro (hedghogs dilemma).
Eu gosto de falar,
gosto muito de falar, até com o espelho, mas mais com pessoas ao vivo, olhos
nos olhos, e por muito mais que o telefone/ telemóvel ajude a encurtar
distancias, nunca gostei de tal aparelhómetro, sempre senti que é algo
limitado, e até mesmo falso (já que a minha voz fica afeminada). Tendo em conta
que a minha presente atividade profissional implica usar o telefone todos dos
dias, ainda não compreendi como ainda não me habituei … esperem … já sei! Talvez
isso ajude a aumentar o desconforto que sinto pelo dito cujo.
Prefiro escrever
cartas e e-mails ou usar o Skype a hablar
no telefono.
P.S. É impressão minha ou este blog está-se a tornar ainda mais
egocêntrico e o uso da palavra talvez tem de ser taxado para evitar abusos e
ajudar a economia nacional.
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